11 maio 2009

O Manifesto da Culpa - Parte 3

3. O Bem que você me faz.
O carinho não dura tanto quanto a violência.

Todos tentam ser bons. O problema é que não tentam o tempo inteiro.

Visualize o mundo utópico de todos os pregadores messiânicos em suas noites mais tranquilas.

Veja a “Bondade” dançando junto com a “Verdade”. Veja como a “Tolerância” oferece o saleiro para a “Igualdade” na mesa do “Banquete Final.”

Eu sei que um dia “o lobo brincará na grama com a ovelha” como se fossem Ursinhos Carinhosos, mas isso não acontecerá nesta noite, não será amanhã.

Na verdade nem será neste mundo.

Neste mundo em que vivemos todas as brincadeiras do lobo acabam mal.

Sempre foi assim, e continuará assim até que algo o pare.

A bondade oferece sua benevolência libertadora a todos que se importam.

Mas o mal simplesmente semeia, cresce e se multiplica.

Ele não precisa ser compreendido.

Ele não tem mandamentos que precisam ser decorados

Não temos um mestre que visitamos todo domingo ou sábado para aprimorar nossa arte.

Você só precisa acordar pela manhã e está pronto para praticá-lo.

Vamos deixar de lado a discussão de “o que é o bem e o que é o mal?” ou “ mas o que é certo e o que é o errado?”. Apenas veja o mundo e suas tentativas de sobrevivência.

O resultado? A luta por sobrevivência acaba por foder as mentes, a conduta e por fim a existência.

É um Ouroboros.

Aquilo que te alimenta acaba te devorando.

A separação do “bem” e do “mal” é difícil até para os mais éticos.

Porque o mal não precisa de nenhuma motivação para acontecer, ele só precisa de justificativas.

E as justificativas o tornam tão aceitável...

Por mais que o bem e a bondade construam aparelhos e ferramentas para sobrevivência de nossa espécie, o mal acrescentará um pouco de veneno para que estas ferramentas se tornem aptas a derramar sangue por ideologias ou por dinheiro.

Pois o derramamento de sangue é uma forma de sobrevivência.

Exercício para praticar o conceito

3) Veja os arquétipos listados abaixo e associe com o seu conhecimento prévio de cada um deles:

Cristãos – Judeus – Muçulmanos – Capitalistas – Comunistas.

Relacione-os com as seguintes palavras:

Coliseu – inquisição – cruzada – armas químicas – miséria – violação de direitos – Corrupção – medo – manipulação – lavagem cerebral – guerra - injustiça – xenofobia – Militarismo – intolerância – divisão - indiferença – ódio – mártires – raízes – causa - exploração – trabalho– expansionismo – conquista – riqueza –renúncia.

Agora escolha entre as afirmações abaixo a alternativa que responde melhor a pergunta:

“ O que eles têm em comum?”

(Considerando a possibilidade de existir uma semelhança entre os arquétipos)

a)O sofrimento (que lhes foi imputado durante algum período histórico.)

b)O sofrimento (que infringiram a alguém durante algum período histórico.)

c)A responsabilidade por seus atos.

d)Todos eles, de forma consciente ou inconsciente seguiam as ordens de um líder

e)Todos eles são ou foram seres humanos.

Todos os que foram antes de nós, com seus ideais e instrumentos de bondade tentaram fazer o “BEM” reinar na terra e fracassaram miseravelmente, no melhor estilo “um passo para frente, dois passos para trás”.

A pergunta que deixo para o penúltimo capítulo deste manifesto é:

Vale a pena tentar mudar o mundo, rompê-lo e recomeçá-lo?

2 comentários:

Mortandela disse...

leo, o filme matrix explicou td isso de uma forma bastante filosofica: nao importa quantas vezes o mundo seja destruido e contruido, ele sempre vai ter as mesmas caracteristicas.

sempre existirao conflitos de interesse, por minimos que sejam, seja por uma faixa de terra considerada sagrada, seja pela ultima batatinha do mc donalds no pacote.

e cada lado vai ter sua ideologia e sua etica sobre o q é certo e o q é errado e, cada um dos lados achara que o outro que é o errado.

o que resta para nos é: ou criamos um terceiro lado, a "sociadade alternativa", achando que os outros dois sao errados ou nos afiliamos a um deles.

resumindo: ninguem tenta ou tentou fazer o bem pra ninguem, apenas queria que o mundo fosse da maneira de seu ponto de vista. nao adianta tentar mudar o mundo, muitos ja tentaram e fracassaram e, mesmo que conseguisse, seria apenas ate se alcancar o poder, momento o qual voce passaria a ser o errado.

Paprika disse...

uhauhauhauha
A guerra pela batatinha foi boa.

É, Tem uma frase que eu não sei se eu criei ou se eu ouvi em algum lugar, mas eu dizia bastante:

Quem quer mudança busca a mudança.Quem quer poder busca poder.

Eu sei que existem vegetarianos que se pudessem forçariam o mundo todo a ser também.

Sei de depravados que fariam o mesmo, mas com apenas alguns legumes.

A questão do poder é o "ponto de bala" para começar a corrupção de ideologias que se dizem boas.

É claro que todos os Idealistas quiseram espalhar seu ponto de vista, mas em algum momento houve uma conclusão de que aquilo era uma iluminação, um "insight" ou até mesmo fruto de profunda reflexão lógica, e que representava tudo o que é certo, justo e bom.

Se analisar friamente a idéia encontrará lados positivos e negativos.

Mas o problema real é o homem e seus jogos.

Sobreviver é ter vantajem. Não adianta negar essa verdade.

Na penúltima parte ( a parte 4) vou falar um pouco sobre como a tentativa de mudança se relaciona com a Culpa.

Mas se quer uma definição da humanidade, de minha parte em todos aspectos resumo em uma frase, (que não sei se inventei ou se alguém já disse):

A humanidade é uma tentativa.